ENTREVISTA A MIHAELA NOROC. A prestigiada fotógrafa apresenta em Madrid a exposição fotográfica “O Retrato dos Sonhos”, o seu projeto para a nova campanha da Yalea.

Mihaela Noroc é uma fotógrafa romena reconhecida mundialmente pelo seu trabalho “O Atlas da Beleza”, um projeto que a leva a viajar pelo mundo há treze anos, fotografando mulheres comuns para contar as suas histórias. Agora, Noroc junta-se à Yalea pelo segundo ano consecutivo na nova campanha da marca, “Irmandade”, apresentada juntamente com uma exposição fotográfica, “O Retrato dos Sonhos”, na qual as mulheres são as protagonistas.

Esta exposição pretende apresentar as diferentes faces da beleza feminina e destacar as histórias de 23 mulheres que construíram redes de apoio e colaboraram em projetos de sucesso em diversas áreas profissionais. Com este projeto, a Yalea reafirma o seu apoio às mulheres, convidando todas as mulheres a perseguirem os seus objetivos e sonhos para que, juntas, se possam sentir livres e fortes, com a capacidade de se inspirarem umas às outras.

Noroc apresentou a nova campanha com a Yalea num evento realizado no restaurante Gynkgo Lab, em Madrid, onde a equipa da Lookvision teve a oportunidade de conversar com ela sobre o seu novo projeto com a marca mais feminina da De Rigo.

– Esta é a sua segunda campanha para a Yalea. Como surgiu esta colaboração?

– Quando a Yalea me contactou, queriam algo muito específico, uma campanha que estivesse alinhada com a marca e a visão deles… e foi isso que fizemos. O que gostei muito na Yalea foi que me deram a liberdade de fotografar estas mulheres à minha maneira, sem interferências, e ficaram muito felizes com o resultado.

– O que te inspirou ao criar a campanha para a nova coleção de óculos da Yalea?

– O que me inspirou foi o meu projeto em curso, O Atlas da Beleza. Em 2013, comecei a fotografar mulheres e a captar a sua essência e as suas histórias. O que fiz para a Yalea foi exatamente o mesmo que fiz para o meu projeto: procurámos mulheres muito inspiradoras para admirar, com quem pudéssemos aprender alguma coisa, e não utilizámos mulheres famosas ou celebridades. O nosso foco são as pessoas comuns, porque cada um é um herói na sua própria vida. Todos nós temos muitas dificuldades, enfrentamos desafios muito difíceis todos os dias, e estou interessada em saber como é que elas os ultrapassam, porque são histórias com as quais qualquer pessoa se pode identificar e aprender.

Como pessoa comum, como o faz? Porque eu também sou comum. Não sou uma celebridade. O que eu quero saber é como. Conte-me o segredo para que eu também o possa fazer na minha vida. Então, é isso que tento contribuir para o meu projeto em Yalea: encontrar mulheres que possam partilhar este conhecimento connosco.

– Com o seu projeto “The Atlas of Beauty”, viajou pelo mundo fotografando diferentes tipos de mulheres, todas elas bonitas, mas com vidas muito diferentes. Agora, em “The Portrait of Dreams” – Sisterhood, fotografou cinco pares de irmãs, sejam elas irmãs de sangue ou irmãs de projeto. Na sua opinião, o que têm em comum todas as mulheres apresentadas na campanha?

– Penso que esta campanha procura ligar as mulheres. Todas nós que fotografamos este projeto procuramos conectar-nos com outras pessoas para trazer alegria às suas vidas através do trabalho. O trabalho real é uma das características que todas elas têm em comum. Adoro que levem vidas fortes: são empreendedoras, têm estilos de vida difíceis, mas não deixam de ser alegres, e isso faz parte do mundo. Mesmo perante as adversidades, são mulheres que têm o poder de continuar a sorrir, e penso que demonstrar isso pode ajudar outras mulheres.

– Como já referi, o seu trabalho sempre esteve ligado à figura feminina, e a Yalea é também uma marca que nasceu para enfatizar a beleza interior e exterior das mulheres. Além disso, com os seus diversos projetos éticos, colabora com diferentes organizações, como a Know Your Lemons e a Women for Women International, que apoiam e cuidam de mulheres em todo o mundo. O que significa para si colaborar com uma marca tão comprometida com as mulheres como a Yalea?

É bom ver marcas a focarem-se em seres humanos. Hoje, não somos apenas compradoras; as marcas incluem-nos, e eu gosto disso. Acrescentaram um lado humano às marcas e humanizaram-nas. Hoje, as marcas da indústria da moda não se focam apenas nos aspetos mais superficiais da beleza, procurando a perfeição, como tradicionalmente faziam. Focam-se também na personalidade e nos traços ou características de uma pessoa, como as suas histórias de vida. Esta é uma tendência que está cada vez mais em ascensão e acredito que se irá manter no futuro. Mostrar as diferentes personalidades das mulheres, as suas histórias… tudo isto é o que torna uma marca única. Esta forma de nos mostrarmos com mais naturalidade também nos ajuda a aceitarmo-nos.